Tuesday, March 06, 2007

Inserção Social vale a pena?


A Reunião desta quinzena reuniu pessoas das mais variadas para discutir o tema sobre inserção social.

O tema surgiu da necessidade de levar até as autoridades, demandas sobre o assunto para que possamos gerar ações efetivas para quem quer enquadrar-se nos moldes sociais mais básicos.

Em primeiro lugar, discutimos quanto o reconhecimento da nossa identidade seria importante para diminuiçaio do preconceito e uma maior igualdade de direitos, fora o fim dos constrangimentos. Algumas das trans presentes, citaram o reconhecimento do nome social como uma solução urgente.

Outra estratégia citada foi o estabelecimento de parcerias com Empresas Abertas à Diversidade, apesar de sabermos que hoje, ainda se considera diversidade apenas alguns gays e lésbicas, não tendo ainda abertura para as questões de gênero. Ainda assim, é hora de preparar estas empresas pré-dispostas à questão da diversidade, para que acolham travestis e transexuais no seu quadro de funcionários.

Outras ações citadas foram a sensibilização, que ainda é uma das formas de se conscientizar o empresário, os demais empregados e os cidadãos em geral a respeito das diversas identidades e sexualidades, e também a intervenção em departamentos de RH, para que possam entender como lidar com a questão Trans e darem suporte muito além do preconceito.

De qualquer forma, inserção social não é apenas dar acesso ao mercado de trabalho, mas dar oportunidade ao cidadão e a cidadã viver com o mínimo de dignidade sua vida dentro da sociedade, como parte integrante dela, tendo acesso livre à saúde, educação, ao mercado de trabalho, à moradia, à segurança e principalmente tendo seus direitos respeitados e suas necessidades atendidas.

Numa visão geral, chegamos a conclusão que travestis e transexuais carecem em todas estas áreas. E enquanto não encararmos a coisa de forma séria e ampla, nada vai mudar. Espero contarmos agora com a boa vontade daqueles que pretendem realmente fazer a diferença.

Beijos,

Como eles nos vêem na TV?


A sociedade não tem muito contato com a população de travestis e transexuais, quando tem, é através da mídia, mas especificamente a Televisão. Mas estamos realmente aproveitando estes espaços?

Foi assim que começou a reunião desta quinta que contou com um grupo super legal, mesmo que a divulgação tenha sido feita tão em cima da hora. O Carnaval passou e mais um ano tivemos aquele show de travestis e transexuais desfilando corpos belissimos e dando suas opiniões sobre si mesmas e as questões de gênero.

Mas será que as respostas satisfazem a curiosidade ou reproduzem esteriótipos? Com certeza, continuamos sendo apresentadas à sociedade como no Simba Safari. Seres extraordinários, exóticos, lindos de se ver, insignificantes de ouvir.

Ninguém vai criticar quem está em busca de espaço. Cada uma sabe bem o que está fazendo ali. Porém, a sensação que temos é que, ao passar o Carnaval, mais uma vez nada vai mudar. As travestis e transexuais vão continuar escondidas, vivendo o Glamour de uma noite mágica, e é assim que as pessoas imaginam.

E claro que não podiamos discutir o papel do Superpop na divulgação de pessoas trans. Hoje o único espaço que traz a questão é ainda o programa de Luciana Gimenez. Mas quem são as pessoas que estão indo? Como estas pessoas estão "educando" os espectadores a compreender melhor a realidade trans? Pelo visto, não estão levando a discussão a sério e com o respeito que merece.

Mas nesta condição, o que seria melhor? Levar ao espaço do Superpop pessoas que tenham uma bagagem de conhecimentos e vivências que ajudem a quebrar paradigmas e esteriótipos, ou procuramos abrir novos espaços em outras mídias, tais como revista Veja, Época, programas que formem a opinião pública, espaços onde a discussão possa ser levada a sério e de forma positiva?

Outra questão é: quem seriam as pessoas que poderiam e estariam preparadas para levar essa mensagem para o Brasil e esteja disposta a se expor? Dois grandes desafios que podem muito bem se tornar ações estratégicas para reposicionar a imagem de pessoas trans no Brasil.

Cabe a nós agora estarmos de olho e articular com quem pode contribuir de forma séria e sem estrelismos com a causa trans.

Alguém se dispõe?

Beijinhos,